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Polícia Federal investiga desvios milionários na área da saúde no Rio Grande do Sul

A Operação Paralelo Cinco foi deflagrada nesta terça-feira (25) pela PF (Polícia Federal), em conjunto com a CGU (Controladoria-Geral da União) e o TCE-RS (Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul), para desarticular uma organização criminosa responsável pelo desvio de milhões de reais destinados à área da saúde em municípios gaúchos e paulistas.

Foram cumpridos 24 mandados de busca e apreensão e dois de prisão preventiva no Rio Grande do Sul, em São Paulo e em Santa Catarina, além do sequestro de 14 imóveis, da apreensão de 53 veículos e de uma embarcação. Também houve o bloqueio de mais de R$ 22,5 milhões em contas bancárias.

Outras medidas cautelares foram impostas aos 20 investigados, como afastamento de funções, suspensão de atividades econômicas, restrição de acesso a órgãos públicos e proibição de contato entre os envolvidos.

No RS, o cumprimento das ordens judiciais ocorreu em Jaguari, Santiago, Porto Alegre, Gravataí, Alvorada e Gramado.

A 2ª Vara Federal de Santana do Livramento determinou a designação de interventores nos hospitais municipais de Jaguari, na Região Central do RS, e Embu das Artes (SP), administrados por uma organização social.

Segundo o  inquérito policial, iniciado em janeiro de 2024, entre 2022 e agosto de 2025, os hospitais receberam mais de R$ 340 milhões em recursos públicos, valores provenientes de repasses municipais, estaduais e federais destinados ao custeio dos serviços de saúde.

As investigações apontam para um sistema de desvio de recursos públicos, baseado na utilização de empresas de fachada e entidades interpostas, sem capacidade operacional mínima, empregadas para emissão de notas fiscais inidôneas e ocultação da real destinação dos recursos. Segundo a PF, os valores repassados eram rapidamente pulverizados para dezenas de contas de pessoas físicas e jurídicas sem qualquer vínculo com os serviços contratados, beneficiando os gestores da organização social e alimentando um sofisticado esquema de ocultação e dissimulação financeira.

Além disso, foram detectados desvios operacionalizados diretamente das contas-convênios, especialmente para o pagamento de despesas estritamente pessoais, como remunerações elevadas a funcionários sem prestação de serviços, contratos fictícios de trabalho, aluguéis de imóveis de alto padrão, viagens de luxo, aquisição de bens particulares e manutenção de vantagens pessoais, tudo financiado com recursos originalmente destinados aos hospitais de Jaguari e Embu das Artes.

“A operação desta terça visa apreender novos elementos de informação, aprofundar o rastreamento de ativos e reforçar o conjunto probatório já produzido. Os investigados poderão responder pelos crimes de organização criminosa, peculato, lavagem de capitais e outros delitos conexos”, informou a PF.

Fonte- Jornal O Sul

Foto- PF/divulgação



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