Aconteceu no Parque Municipal de Eventos Osmar Class, em Herveiras, o 6º Encontro Regional de Sementes Crioulas do Vale do Rio Pardo. O evento, que acontece de forma itinerante entre 15 municípios, contou com palestras, oficinas e a troca de sementes e mudas crioulas. O evento contou com a participação de agricultores, estudantes, extensionistas rurais, técnicos e lideranças, entre elas as gerentes regionais da Emater/RS-Ascar, Lúcia Souza e Adrieli Gerevini, e do prefeito e vice-prefeita de Herveiras, Nazario Rubi Kuentzer e Rosuita Carla da Silveira.
Entre os temas abordados na programação constou a palestra “Viabilidade da Produção a Partir de Sementes Crioulas”, ministrada pela extensionista rural da Emater/RS-Ascar Lilian Alessandra Rodrigues, com o relato do trabalho realizado pelos agricultores e guardiões de sementes crioulas de Ibarama Mário e Renilde Raminelli.
A extensionista apresentou um comparativo entre os custos de produção e expectativa de rendimento de milho de variedades híbridas e transgênicas em contraponto com as crioulas; possibilidades de incremento de renda com a comercialização de sementes crioulas, bem como o aproveitamento de subprodutos para, por exemplo, a produção de artesanato; a possibilidade de utilização de práticas sustentáveis de manejo da cultura do milho, como colocação de Trichogramma sp. (vespinha) para o controle das lagartas do cartucho e da espiga; e inoculante, que melhora o enraizamento da cultura e consequentemente proporciona um melhor desenvolvimento.
Lilian destacou a importância de sensibilizar os agricultores, estudantes e autoridades, bem como o poder público sobre o cultivo dessas sementes. “O êxito de experiências que visam a sustentabilidade a curto, médio e longo prazo mostram que só não é possível como viável economicamente essa produção. Demonstrar essas experiências passíveis de multiplicação nas propriedades rurais, com foco na melhoria da qualidade de vidas e também na geração de renda, é importante para que mais famílias vejam no cultivo de sementes crioulas uma oportunidade de desenvolvimento”.
Em Ibarama as ações com sementes crioulas já são consolidadas, sendo referência para iniciativas em outros municípios. “É fundamental evidenciar a importância do trabalho realizado dentro das propriedades rurais pelos agricultores guardiões, com o apoio e acompanhamento técnico de instituições como a Emater”, conclui a extensionista.
Outra palestra realizada foi a do pesquisador da Embrapa Éberson Eicholz, que falou sobre técnicas de produção, secagem e armazenagem de sementes crioulas na propriedade. “São os cuidados que você tem na lavoura que irão determinar a qualidade da semente. Dificilmente será possível melhorar ela depois”, frisou.
Ainda no período da manhã, foram realizados os relatos de experiência pelo estudante da Escola Família Agrícola de Vale do Sol (Efasol) Bruno Lange, e o Histórico da INAIC com Sementes Crioulas, por Cléo Aquino Ferreira. Também foram entregues os kits para implantação de Unidades Demonstrativas de Sementes Crioulas pela Emater/RS-Ascar e Sicredi para as famílias previamente selecionadas.
À tarde foram realizadas as oficinas sobre isolamento, variabilidade e teste de transgenia, ministrada por Josuan Sturbelle Schiavon; artesanato em palha de milho, pelas agricultoras Cleusa de Fraga Voese e Renilde Raminelli; secagem e armazenagem, com Cleo Aquino Ferreira; e plantas e tinturas, ministrada pelas extensionistas rurais da Emater/RS-Ascar Celita Perteson e Elaine Skolaude, assim como a abertura das bancas para troca de sementes, mudas e ramas crioulas.
O 6º Encontro Regional de Sementes Crioulas do Vale do Rio Pardo foi promovido pela Emater/RS-Ascar – vinculada à Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural (SDR) – e Prefeitura de Herveiras, com o apoio da Articulação em Agroecologia do Vale do Rio Pardo, Sicredi, Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura Familiar e Escola Família Agrícola de Vale do Sol (Efasol). Em 2024 o evento será realizado no município de Vera Cruz.
Fonte- Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar - Regional de Soledade. Jornalista Carina Venzo Cavalheiro